O verbete da semana traz a vida e obra da psiquiatra e psicanalista Neusa Santos Souza. Natural de Cachoeira, na Bahia, Souza nasceu e cresceu em uma família marcada pela religião do Candomblé e pela cultura afro-brasileira. De família simples, ela sai do recôncavo baiano para estudar medicina na Universidade Federal da Bahia, em Salvador; e, posteriormente, ingressa na pós-graduação em Psiquiatria na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Sua tese de mestrado, intitulada Tornar-se Negro: ou as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social, na qual ela discorre a respeito dos impactos das questões materiais na vida das pessoas negras, bem como das consequências psíquicas do racismo na identidade das pessoas negras, viria a se tornar — como nos mostram os autores do nosso verbete Érico Andrade e Priscila Santos de Souza —, alvo de “grandes debates dentro dos círculos psicanalíticos e do movimento negro no período”. Tornar-se Negro é considerada uma obra de referência no pensamento da autora que, apesar disso, decidiu empreender uma mudança temática nos seus escritos, e passou a se deter mais especificamente ao estudo da psicose, tendo por base o pensamento de Lacan e a experiência clínica no tratamento de seus pacientes. No entanto, algumas relações podem ser estabelecidas entre Tornar-se Negro e o estudo das psicoses.
Quer saber como a autora empreende essa virada teórica? Então vem ler esse verbete que está imperdível!
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