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  • Pensamento feminista hoje: perspectivas decoloniais, organizado por Heloísa Buarque de Hollanda

    A perspectiva decolonial é uma das mais atuais e contestadoras linhas do pensamento feminista contemporâneo, reivindicando a desconstrução de leituras hegemônicas sobre a mulher e o discurso de feministas oriundas dos países historicamente dominantes. Como reação ao processo de colonização – histórico e intelectual – o pensamento decolonial irrompe o cenário do feminismo com novas teorias e novos questionamentos sobre o problema do gênero, raça, classe e da própria epistemologia. Para apresentar um panorama do pensamento decolonial feminista, o livro reúne trabalhos de 22 autoras que dimensionam essa fundamental contribuição para o debate atual, apresentando pensadoras pioneiras, como a argentina María Lugones; a nigeriana Oyèrónké Oyěwùmí, que questiona os conceitos ocidentais de gênero a partir da experiência iorubá; a dominicana Yuderkys Espinosa Miñoso, que investiga a experiência histórica feminina na América Latina; a boliviana Julieta Paredes, que conjuga ideias e ativismo em defesa do feminismo comunitário; e as brasileiras Luiza Bairros, que enfatiza a expressão do feminismo negro, e Maria da Graça Costa, que aponta para novas propostas, como o ecofeminismo. As artes plásticas também são tomadas aqui com um discurso. E nesse campo, destacam-se os trabalhos decoloniais das brasilerias Adriana Varejão, Rosana Paulino e Marcela Cantuária. “Categorias e questões consolidadas pela comunidade acadêmica feminista tornam-se arenas de disputa e invenção. Como construir um feminismo sem levar em conta as epistemologias originárias? Sem absorver as gramáticas das lutas e dos levantes emancipatórios que acompanham nossas histórias? Como podemos reconsiderar as fontes e conceitos do feminismo ocidental? Uma nova história, novas solidariedades, novos territórios epistêmicos impõem urgência em ser sonhados”, aponta a organizadora Heloisa Buarque de Hollanda. As autoras reunidas são: Adriana Varejão, Alba Margarita Aguinaga Barragán, Alejandra Santillana, Angela Figueiredo, Claudia de Lima Costa, Dunia Mokrani Chávez, Julieta Paredes, Lélia Gonzalez, Luiza Bairros, Marcela Cantuária, Maria da Graça Costa, María Elvira Díaz-Benítez, María Lugones, Marnia Lazreg, Miriam Lang, Ochy Curiel, Oyèrónké Oyěwùmí, Rosana Paulino, Suely Aldir Messeder, Susana de Castro, Thula Rafaela de Oliveira Pires, Yuderkys Espinosa Miñoso. Um repertório contestador, múltiplo e renovador que questiona, enriquece e mobiliza novas posturas, reflexões e ações do feminismo contemporâneo. Texto de divulgação por Bazar do Tempo.

  • As Mulheres na Filosofia: América Latina e Brasil

    XIII Jornada Estadual sobre Filosofia e Ensino 26 de março na UERJ Neste dia 26 de março acontecerá mais uma "Jornada Estadual sobre Filosofia e Ensino" organizada pela SEAF, desta vez o tema escolhido para o evento será "As mulheres na filosofia: América Latina e Brasil". Link para o evento nas redes sociais https://www.facebook.com/events/1314515135401389/

  • Pensar a mulher: encontro transdisciplinar

    11,12 e 13 de março - FAJE, Belo Horizonte

  • Crise climática e desigualdade de gênero: e as filósofas com isso?

    Nos últimos anos, as mudanças climáticas têm se acelerado a velocidades estonteantes. Como se sabe, o discurso público sobre este fato é terreno de diversas disputas que variam desde a contestação dos fatos por parte de negacionistas espalhados (mas nem sempre desarticulados) pelo mundo, até a discussão sobre quanto tempo temos para agir de modo efetivo contra o colapso e quais são as melhores vias de ação individual, mas sobretudo coletiva. São inúmeros os aspectos sob os quais a crise climática pode ser analisada, muitos dos quais podem e devem ser inter-relacionados para que se possa compreender e (re)agir diante do colapso: aspectos éticos, econômicos, políticos, psicológicos, sociais, antropológicos etc.. Do ponto de vista da filosofia, é certo que existem muitos trabalhos sobre e em torno de temas e problemas relacionados às experiências humanas em meio ao avanço da exploração de recursos naturais, e da destruição mesma de nosso planeta. No Brasil, talvez o filósofo mais estudado no campo da ética ambiental ainda seja o alemão Hans Jonas. De outra parte, vale destacar o recente trabalho da filósofa brasileira Déborah Danowski, que publicou, em coautoria com o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, um livro seminal intitulado Há mundo por vir? Ensaio sobre os medos e os fins (Desterro-Florianópolis: Cultura e Barbárie/Instituto Socioambiental, 2014). Ora, nesse contexto em que se explora a impossibilidade de futuro para a vida humana e não humana no planeta, um dos aspectos que têm sido destacados diz respeito à desigualdade de gênero. Em vários momentos e por parte de diferentes setores da Organização das Nações Unidas, o fato de que os efeitos da crise climática são indissociáveis de condições sociais – e, portanto, da desigualdade de gênero – está reconhecido. Um par de textos sobre o tópico pode ser lido aqui (em português) e aqui (em inglês). No âmbito da filosofia que fazemos no Brasil, colegas têm desenvolvido trabalhos na temática do ecofeminismo, como se pode consultar aqui e aqui (para referir a apenas dois dos trabalhos apresentados no Seminário Internacional Fazendo Gênero de 2017!). Entretanto, cremos poder afirmar que o ponto não tem sido suficientemente discutido entre nós, filósofas e filósofos do Brasil. Especialmente se pensarmos não somente em termos de desenvolvimentos conceituais e teóricos – de pesquisa – , mas em termos de ações de ensino e extensão: o que nós, filósofas e filósofos teoricamente preocupados com a crise ambiental, estamos fazendo? Há pouco tempo descobrimos* por meio do Twitter uma iniciativa que pode ser inspiradora para aqueles que querem agir. É o grupo Philosophers for Sustainability – Filósofos/as pela Sustentabilidade. De acordo com a breve apresentação que se encontra no site, trata-se de um grupo internacional de filósofos que visa incentivar nossa profissão a tomar iniciativas diante das mudanças climáticas e pela sustentabilidade ambiental. Concordamos com o consenso científico atual de que a mudança climática é real, causada em grande parte pela atividade humana, já tendo efeitos significativos, impactando desproporcionalmente muitos dos grupos sub-representados na filosofia e prestes a piorar dramaticamente em nossas vidas. Acreditamos que todos têm um papel a desempenhar no combate às mudanças climáticas e na garantia de um futuro sustentável. E acreditamos que os filósofos, apesar de nossas pegadas de carbono desproporcionalmente grandes, estão bem posicionados para pensar, ensinar e tomar iniciativas efetivas com respeito às complexas questões ambientais que temos que enfrentar agora. Estamos tentando integrar questões ambientais em nosso trabalho como filósofos, não apenas em nossa pesquisa, mas, mais imediatamente, em uma ampla gama de cursos de filosofia e em nosso serviço à profissão. Tendo entrado em contato com os co-fundadores, Rebecca Millsop (da University of Rhode Island) e Eugene Chislenko (da Temple University), manifestamos nosso interesse em auxiliar na divulgação da iniciativa nas redes sociais e em nossos locais de trabalho, na Alemanha e no Brasil (e em mais países de Língua Portuguesa). Nossa mensagem foi bastante bem recebida, sobretudo porque a equipe que coordena o grupo tem muito interesse em saber mais sobre a situação em nosso país (e na América Latina – sabemos que há pelo menos uma colega argentina que demonstrou interesse em colaborar). Eles querem ouvir sobre nossas ideias, experiências, iniciativas e sugestões sobre como ampliar e qualificar o projeto ao redor do mundo. Nossa primeira ação está sendo a divulgação do projeto no site da Rede Brasileira de Mulheres Filósofas. Um segundo passo foi a proposição de uma tradução da seção “Sustentabilidade” do Guia de Boas Práticas da APA (a American Philosophical Association), que foi elaborado pelo grupo. Aliás, vale muito a pena ler as demais seções do Guia, em especial a segunda, que é sobre as “Formas contemporâneas de viés e discriminação”. Quem sabe se a gente se articula para construção de um Guia similar feito por brasileiros? E quem sabe alguém se anima a propor alguma modalidade de discussão sobre o tema Sustentabilidade e Gênero no próximo encontro da ANPOF? (Pela sondagem que realizamos, a proposta seria muito bem-vinda!) Gostaríamos então de convidar a todas e todos para considerar a possibilidade de dialogar com essa iniciativa dos colegas estadunidenses – é possível torna-se membro do grupo preenchendo este formulário – mas, sobretudo, para contar-nos das iniciativas que já realizam em seus locais de vida e trabalho, ou das ideias que porventura alimentem acerca dessa tão importante empreitada. *Esta postagem foi escrita a quatro mãos por Maria Eugênia Zanchet, brasileira radicada na Alemanha, onde atualmente é doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade de Bayreuth e por mim (que atualmente estou passando um ano sabático na França).

  • Participe de uma reunião do GEMF em 2020/1

    A cada semestre, o Grupo de Escrita de Mulheres na Filosofia (GEMF) tem o prazer de receber uma estudante ou pesquisadora para uma reunião especial (via Skype). Para tanto, realizamos uma seleção dentre as interessadas. Para mais informações veja o edital 2020/1: https://sites.google.com/view/gemf/notícias O GEMF é um espaço criado para a discussão das ideias e trabalhos de acadêmicas da área de filosofia, com o intuito de promover o debate e o melhoramento de suas pesquisas. Trata-se de uma iniciativa que visa a promoção da representatividade das mulheres na área, por meio do combate a problemas como a ausência de espaços abertos de fala e de práticas de desenvolvimento de habilidades (como a escrita acadêmica).

  • Projeto de Pesquisa e Extensão Uma Filósofa por Mês - UFSC

    Inauguramos o ano de 2020 no curso de Filosofia da Universidade Federal de Santa Catarina trabalhando de maneira engajada em uma perspectiva feminista da história da filosofia, cujos objetivos passam pelo resgate e publicização das filósofas obliteradas pela tradição filosófica canônica - em seus nomes, suas imagens e em suas obras - e pelo aprendizado teórico-conceitual por elas viabilizado em direção a uma construção epistemológica e metodológica alternativa aos regimes excludentes de poder e de saber. Desejamos, assim, não apenas fazê-las aparecer e existir contra o seu esquecimento, mas tomá-las como autoras legítimas e passíveis de análise crítica, cujo pensamento nos propicie lastro o suficiente para uma filosofia feminista contemporânea. Dedicaremos cada um dos meses letivos a uma filósofa em específico ao realizar uma série de atividades interdisciplinares de pesquisa e extensão - minicursos, palestras, divulgação de materiais bibliográficos e artísticos - almejando um público acadêmico e não acadêmico e comunicando os resultados do processo em sítio público. Nosso calendário, programação, link para inscrições, e material de pesquisa (permanentemente em construção) estará sempre disponível nesta página: https://germinablog.wordpress.com/grupo-de-pesquisa-ensino-e-extensao-uma-filosofa-por-mes/ Para início dessa empreitada, tomamos um conjunto de mulheres filósofas ao invés de um único nome, já que as Pitagóricas constituem, mesmo que em sua coletividade, um imenso desafio investigativo diante da ausência e confusão de fontes e lacunas imagéticas. Seguimos com Hipátia de Alexandria, Hildegarda de Bingen, Christine de Pizan, Margaret Cavendish, Marie de Gournay, e as brasileiras Nísia Floresta e Maria Firmino dos Reis. São estas as filósofas que estabelecem o Ano I de Uma Filósofa por Mês. @umafilosofapormes Imagens de autoria de Shayenne Bruna Alves.

  • Lançamento da edição especial da revista Princípios, com tema:"Filosofia, feminismos e gênero".

    Está no ar o número 52 da revista Princípios do PPGFIL/UFRN. A edição trata do tema"filosofia, feminismos e gênero". O número traz constribuições de filósofas brasileiras de diversos centros de pesquisa. Os artigos abordam múltiplas visões sobre feminismo como feminismo decolonial e mulheres e gênese do capitalismo. https://periodicos.ufrn.br/principios/issue/view/964

  • Definindo o futuro, repensando o passado

    O evento, as instituições, as pessoas Entre os dias 19 e 22 de julho de 2020 ocorrerá, na cidade de Paderborn (Alemanha), o 18ª edição da Conferência da Associação Internacional de Mulheres Filósofas - a International Association of Women Philosophers (IAPh). Contando hoje com mais de 380 membros de cerca de 35 países diferentesI, a IAPh foi fundada em 1976 em Würzburg (Alemanha) como "Associação de Mulheres Filósofas" (Association of Women Philosophers - APh). Conforme seu website, a IAPh funciona como "associação e rede profissional que fornece um fórum para discussão, interação e cooperação entre mulheres envolvidas no ensino e pesquisa em todos os aspectos da filosofia, com ênfase particular na filosofia feminista." Para a organização da Conferência deste ano a IAPh conta com a parceria do Centro para a História das Mulheres Filósofas e Cientistas, alocado na Universidade de Paderborn, dirigido pela Professora Ruth Hagengruber e coordenado pela Professora Julia Mühl. O evento, organizado por Ruth Hagengruber, Janelle Pötzsch e Jessica Harmening, terá como foco "as questões mais prementes do nosso futuro: em tempos de rápido progresso tecnológico, mudança climática e turbulência econômica, convidamos as contribuições das mulheres para a filosofia da economia, filosofia da tecnologia e ética ecológica / ambiental." Como participar? A chamada de trabalhos (disponível aqui) está aberta até o dia 29 de fevereiro. É possível submeter resumos para trabalhos individuais sobre os tópicos (cada um contendo vários sub-tópicos): Filosofia da Economia Filosofia ambiental/da ecologia Filosofia da Tecnologia História da Filosofia (tanto trabalhos de metodologia historiográfica feminista quando trabalhos sobre mulheres filósofas de tradições asiáticas, indígenas, africanas e demais, ou seja, todas as tradições que ainda denominamos compo "outras que não ocidentais"). Há ainda a possibilidade de submeter trabalhos para os três Workshop que serão oferecidos. Os temas são os seguintes: "Apresentação das mulheres filósofas no mundo digital" "A IAPh - seu começo" (em alemão) "Idealismo alemão e filosofia feminista" Por fim, também podem ser propostas mesas-redondas. Serão aceitos trabalhos de sub-áreas como Filosofia Analítica; Filosofia da Mente; Ontologia; Metafísica; Fenomenologia; Lógica e Filosofia da Ciência; Teoria do Valor; Ética e Estética; Filosofia Política e Social; Filosofia da Religião. Para qualquer proposta, é preciso enviar: - um resumo de no máximo 500 palavras por participante; - uma página de título com detalhes da autoria e informando a seção à qual você submete seu resumo; - um breve currículo para iaph2020@lists.uni-paderborn.de Mais detalhes constam na chamada. Paderborn é uma cidade muito simpática, especialmente no verão; o Centro é um dos lugares mais importantes para a pesquisa sobre mulheres filósofas na atualidade, e este evento da IAPh uma oportunidade ímpar de conhecer novas pesquisas e pessoas, e para apresentar e discutir com um público amplo as pesquisas feitas no Brasil sobre mulheres e/ou de mulheres brasileiras na filosofia. Vivêssemos sob condições favoráveis para a filosofia e para a pesquisa no Brasil, eu terminaria em tom convidativo e esperançoso com um: Vamos?! No momento, entretanto, transmitir estas informações tem algo de frustrante. Afinal, muitas de nós temos propostas que seriam extremamente bem-recebidas (e mesmo necessárias para a diversificação de perspectivas e autoras apresentadas no evento), mas parcas esperanças de obter financiamento para participar. Quem sabe ainda assim alguém encontra energias para tentar?

  • A presença das mulheres na filosofia

    XVII Semana de Filosofia da Universidade Estadual do Vale do Acaraú 13 a 17 de janeiro Maiores informações: xviisemanadefilosofiauva@gmail.com

  • O que é o Feminismo Negro? por Halina Leal

    Nesse vídeo especial de fim de ano da Rede, a profa. dra. Halina Leal (FURB) apresenta o Feminismo Negro, explica o conceito de anti-universalismo e reivindica o protagonismo das mulheres negras no ambiente acadêmico filosófico. #redebrasileirademulheresfilosofas #filosofasbrasil #feminismonegro #interseccionalidade

  • A respeito do nome Escutas Feministas

    Veja o vídeo aqui. Escutas Feministas. Tenho perguntas para as quais eu não tenho respostas. Quem disse que temos que escutar? Escutar o que e para que? Escutar é dar soluções? Para ouvir e levar adiante? Para aglomerar falas? Demandas? Pedidos? Ordens? Desabafos? Para armazenar falas? Para fazer ecoar falas que nós escutamos direito? Escutar para elaborar? Conseguimos escutar para elaborar? Quais são os silêncios e/ou barulhos posteriores às escutas? O silêncio? E se escuta nos calar, nos sobrecarregando? Talvez escutar seja importante também para escapar, para transpor, para ir a outros lugares? Escutas feministas? Por que feministas? A escuta é feminista quando se dá através de ouvidos de mulheres? Quem escuta muito pode ser surdo para os próprios barulhos? Escutar? Sim. Talvez. A depender. Escutar o que? Escutar, desde que escutar não signifique deixar de ir adiante. São muitas histórias não escutadas. A história dos povos negros e indígenas é uma das maiores gravidades da brutalidade das surdezes de nossa história. Também por causa disso, hoje é o dia da consciência negra. Um dia que não pode ser apenas um dia, mas que já não pode deixar de ter esse dia como um dia histórico entre nós. E quem venham mais dias para gritar contra tanta surdez, ignorância e protecionismos políticos. A respeito de Escutas Feministas dentro da Universidade, hoje também é um dia importante (creio que também seja o trajeto proveniente do mesmo caminho de luta de negras e negros contra a opressão). Há muito a ser pensando a respeito de Escutas Feministas num lugar onde, tradicionalmente, alguns falam, outros escutam, e entre quem fala, não necessariamente há escuta. E por parte de quem escuta, nem sempre há compreensão. Problemas da educação que cotidianamente precisamos enfrentar. Muitas vezes, somos e/ou estamos entre bocas falantes e ouvidos tapados. Muitas vezes são bocas que pedem e ouvidos que negam. Ainda assim, segue a construção do conhecimento. Segue ou já foi interceptado onde apenas um tipo de conhecimento é reconhecido? Segue a partilha do conhecimento? A saber. Por vezes, no máximo lemos (a depender do nosso escasso tempo, e da pontuação da revista na qual se deu a publicação do artigo científico, filosófico, "verdadeiro" do intelectual, se ele for renomado; se for uma leitura que “compensa”). Nossas surdezes acompanham o nível de nossas mentalidades. Nossa escuta também funciona sob o aval da convenção. É recorrente ouvir apenas as autoridades e, para ser ouvido, tornar-se uma autoridade. Também somos ouvidos que selecionam: quem escreveu? Qual a titulação? Qual a pontuação? Qual a fama? Qual o gênero? Qual a raça? Imitamos o hábito da seleção, da segregação. Nosso preconceito é gritante tanto quanto grita a fragilidade de nossa democracia. E para ser escutada? O que fazer? Quer falar para ser escutada? Imite a voz e a postura de um homem! Use da mesma razão. Imite tudo o que já está posto como verdade e eficiência. Este funcionamento ainda se dá, e as enferrujadas dobradiças não nos deixam escutar o barulho estrondoso que fazemos ao tomarmos a imitação um recurso para o feminismo. Em meio a isso, como parte disso, mas também contra isso, nos complicadíssimos processos pelos quais se arriscam todas as novas construções, aqui na UFG, desde 2017, levamos adiante o projeto de extensão Escutas Feministas. Para novos aprendizados é indispensável estender, porque ao olharmos apenas para o que é próprio, corremos o risco de percorrer uma linha que costura o apego aos próprios limites. Necessitamos de um projeto de extensão, não necessariamente porque “lá fora” precisem de nós, mas ao menos porque precisamos abrir nossos ouvidos já tão surdos e que ainda insistem em ecoar os modos atordoantes e inférteis de lidar com os conhecimentos já consagrados, assumidos como “nossos” nas relações acadêmicas que perpetuamos. A relevância de falar e escutar para fora é imensa. A respeito desta relevância, não é possível tratar neste momento. Que ao menos Paulo Freire seja lido e relido. É o mínimo. Mas escutar “lá fora”, para aprender, e quem sabe, conseguir ensinar, ainda é um movimento curto. O que não é cotidiano e cômodo é muito difícil ser mobilizado. Herdamos e sustentamos o pensamento elitista que acredita que se pode fazer sozinho e a partir da autorização de lados opostos: o lado de cima, sustentado pelos “a baixos”. Enquanto isso e por causa disso, mães, pais, empregadas e empregados sustentam com seus trabalhos nossa alimentação, vestimenta, transporte, limpeza do lar, enfim, sustentam algumas, muitas, senão todas as condições para a leitura, a escrita, o estudo, a pesquisa, o pensamento acadêmico. As intelectuais e os intelectuais pisam num solo bem fértil, embora por elas e eles mesmos muito desprezado ou até recusado. Pensamos só entre nós e a despeito de todas as demais e os demais que nos sustentam. E se alguns destes vieram para juntos de nós, não necessariamente os escutamos. De línguas outras sabemos das mais distantes. Se, para nós, quem é diferente pode ingressar, entre nós poucos conseguem permanecer e pertencer. Ainda assim, acredita-se que o conhecimento daqui é universalmente válido, mesmo sendo bem surdo. Mas quem, como eu, é filha de faxineira e de metalúrgico sabe muito bem que não é nada disso. Há sábios mais acessíveis em lugares bem distintos. O “lá fora” está aqui dentro, mas é ainda mais amplo. Um imenso desafio pra nós é essa "estória" de extensão. Perguntas não nos faltam, e precisamos não nos ensurdecer para elas. Estender para onde? A partir do que? Estender o que é curto? Por que estender? E como? O que temos a ofertar? Temos escutas para receber o que poderão nos falar? Falam certo? Falam coisas interessantes? Falam coisas válidas? Não se tratam mais de “ignorantes” inaptos para o conhecimento “avançado” que aqui se faz? O que já dissemos e pensamos a respeito do “fora”? Escutamos nossas próprias palavras, pensamentos, preconceitos? Ou seguimos "ensurdecidas" para nossa surdez para quem nos sustenta? Podemos também dar seguimento às formas cada vez mais usuais (e cada vez mais em vias de serem institucionalizadas) de diminuir quem não é economicamente favorecido? Embora a esta altura do campeonato (no 7 X 0 cotidiano), já vimos onde os intelectuais foram colocados neste jogo. Passamos por isso em nosso cotidiano político. Mas não sei o quanto lidamos com isso. A lida é algo para quem não ignora. De todo modo, Escutas Feministas se pretende projeto de extensão, nasceu a partir deste desejo. E para tanto está também enfrentando o imenso desafio de ser escutas internas das questões nem sempre escutadas dentro da Universidade e pela própria Universidade. Só enquanto aprendemos a nos escutar (e escutar as próprias surdezes e falas), podemos ser projeto de escutas. Não há antes e depois. O aprendizado não funciona neste tempo fracionado e dicotomizado, tal como alega ser o mercado e a produtividade, com suas promessas de soluções para cada coisa e para tudo. Então, precisamos enfrentar ao mesmo tempo o desafio de escutar-se e escutar. Qual a escuta suficiente é uma questão aberta. Quanto tempo precisaremos para escutar inclusive nossas brutalidades silenciadas, nossos posicionamentos e faltas de posicionamentos, nossos empacamentos, nossos elitismos e nossa reprodução de machismos? Se o feminismo é para todos (bell hocks), ainda temos muito a aprender sobre como ele está entre nós. Mas isso precisa se dar com o feminismo e a partir do feminismo. Isto, não por modismo, como insiste em afirmar quem quer nos diminuir (algo bem típico de clichês). O modismo passa, o feminismo nunca esteve de passagem. Feminismo não é grupinho de ajuda. E se o senso de coletividade é inegável ao feminismo, isso diz de problemas políticos/sociais e morais de uma sociedade exploratória. É importante analisar os slogans para não sobrecarregar ainda mais as mulheres. O senso internacionalista, que historicamente compõe a história do feminismo, é estratégia de sobrevivência. Precisamos do feminismo fortalecido, porque tal como outras formas de lutas contra opressões das mais diversas, ele é salutar para todas e todos façamo-nos viver de um modo mais decente do que nos moldes que têm sido hegemônicos. Mas não vai dar pra voltar atrás e aceitar mais demandas, sob o viés da moralidade e das definições. Nós mulheres não temos o dever de escutar mais ou menos do que quaisquer outras pessoas. Não vai dar pra ser feminista consentindo a reprodução dos machismos, entre eles, todos os deveres a nós já imputados. E necessário a escuta do barulho da repetição. Ao feminismo é muito caro aquilo que se dá no gerúndio e de modo genuíno. O feminismo começou há muito tempo, está em muitos lugares, mas ainda está se dando. O acabado não nos pertence. O pacote pronto não é vendido e não aceitaríamos comprá-lo. O custo é outro: a coletividade, difícil de ser mantida em meio a tantos egos; porém ela precisa ser cuidada, preservada, ao invés de disfarçada sob qualquer semelhança com slogan tal como “fala que eu te escuto”. Se escutar se transformar em mais uma ordem, mais uma gaveta, mais uma moralidade para nós, escutar não será algo do feminismo, mas mais um machismo sob vestes femininas. Sobre como ser feminista e qual a forma mais correta, funcional e ideal? A Universidade também não sabe. Para essa história em construção, não há ignorantes nem sábios. Seguiremos enquanto tantas formas de opressão ainda se der entre nós e que não aceitemos mudar de lado, porque o opressor nunca prestou. Seguimos assim: talvez com muitos erros e equívocos, que só ao serem respeitosamente apontados, poderão ser repensados, porque esta história de arrogância, negação, grosseria e certezas, para tentar ganhar em detrimento de outrem, diminuindo a/o outra/o, é coisa de macho. Nós preferimos as construções, as gravidezes, os partos, as colaborações, as parcerias. Dessas dores pode brotar vida. Se preciso for, também sabemos e podemos abortar. Somos nós que temos a oportunidade de gerar ou de interromper. Sim, precisamos de todas e todos, mas para os nascimentos, inclusive, os nossos nascimentos, algo tão caro neste lugar de competições e destruições (não é à toa o grande número de adoecimentos diagnosticados ou não, assumidos ou não, tratados ou não, ou negados e camuflados; não é à toa o número de assédios, de brutalidades descaradas ou sob a tentativa de justificativas ou até de regulamentos). Escutas feministas requer filtros. Nosso ouvido não pode ser pinico. Enquanto mulheres, não temos que escutar tudo o que vem e nem de qualquer modo. Nossos ouvidos não são funis por meio do qual escutaremos tudo, por nada, e em excesso. Não somos mais receptáculos e suportes de tudo o que vem. Já pudemos ser curadas deste tipo de exploração e isso se deu graças ao feminismo. Nossa escuta pode ser, finalmente, para quais são os nossos desejos, desejos de nascimentos. E, para tanto, escutar-se é indispensável. Não para movimentos individuais e isolados. Não para "Eus" inflados e carentes de razão e de obediências. Mas para saber o que se quer juntas, o que é possível fazermos juntas e se estamos buscando juntas, sem nos oprimir. Os “Eus” são perigosos, porque são obras dos outros. Feminismo não é vã reclamação e aglomerado de queixas. Se as fazemos é por estar faltando séria escuta. Somos bem-amadas, se nos amarmos, e somos artistas, se criarmos. E ainda podemos ter uma vantagem: nós podemos ir de mãos dadas, afinal, somos mulheres e temos a vantagem de, desde crianças, podermos andar de mãos dadas. Deixemos as correntes para seus inventores. Nós somos parte de quem quebrou a corrente, de pessoas que tiveram coragem de fugir do pelourinho, de pessoas que se recusaram a serem aprisionadas à cozinha, à casa e qualquer interioridade que submete. Somos de onde quisermos ser. Não somos meigas, nem estupidas; nem isso, nem aquilo. Temos ouvidos. Temos fala. Mas também podemos nos tornar surdas para as falas que tentem nos submeter. A fixidez das definições e das obrigações também são invenções de outros. Quem quer permanecer é quem tem algo a preservar. Nós temos a construir. Nós não saímos para carregar mais pesos. Precisar sofrer é uma demanda que disseram que nos pertence. Já escutamos demais essa história. Mas já rasgamos esses livros. Já abortamos essa exigência. E não ouviremos quem quer que seja que venha ditar “o que é”, e “como é”, e “como deve ser” o novo, cuja construção não é de hoje. Se há tradições a serem cuidadas, tradição alguma nos soterrará. Cuidamos somente até o ponto em que elas não nos sufoquem dentro dela. Nem cuidar é algo especificamente nosso. São muitas as inversões que não merecem mais ouvidos. Se estivermos sumindo, gritemos. Não temos patrões nem patroas; idealizadores, nem feitores, porque “o basta!” já começou a ser gritado e seguirá cada vez mais intenso, até que seja ainda mais escutado. O coro precisa aumentar e, por isso, o grito precisa ser para fora (e não contra nós mesmas), e precisa se dar a partir de muitas vozes, porque quem precisa do peso de alcançar algo sozinho, sofre muito. Não voltaremos mais e, para tanto, é importante estender o corpo todo e a alma, se ela não for, um peso a mais. Porque o que podemos quem sabe aceitar que temos é nosso poder de fazer nascer e de abortar. Que possamos assumir nossos poderes. Quando o corpo morrer, a alma que não pesa poderá ser levada adiante por outras que seguirão nos ouvindo, somente se nos estendermos. Trata-se de um grande movimento que não é individual ou de pequenos grupos. Antes de nós, muitas vieram, daqui de dentro e de lá de fora. Só por causa das escutas, elas seguem conosco. Se neste lugar da universidade cresceram e se fortaleceram os limites, é neste lugar que poderemos trazer o fora, para que ele seja mais universal; mas isso depende de quem escuta quais são os limites, não para adulá-los e fazê-los ainda mais fortes. A escuta não precisa se dar como receptáculo, mas pode ser para iniciar; pode ser condição para selecionar o que queremos e o que não queremos, e não nos demorar no que não queremos. Escuta pode ser passo adiante e não sala de recepção. Não sejamos surdas para o que se passa conosco. Que possamos aprender escutas para distintas linguagens, sinais e até silêncios, para saber dos assuntos, mas principalmente para alterá-los, conforme nos alterarmos. Se é necessário fazer e ouvir os gritos e os “bastas”, é salutar ter escutas para o que mobiliza tudo isso: os desejos. Feminismos desde sempre tem a ver com novas formas de pensamento e de vida, e para a saída de condições que tolhem. Se há queixas é para que elas deixem de se dar. Feminismo não traz a mesmice. Mas quem entre nós pode temer a diferença, se podemos ser gravidezes de nós mesmas? Ou somos o mesmo? Fica a pergunta. #redebrasileirademulheresfilosofas #filosofasbrasil #escutasfeministas

  • É preciso falar sobre assédio, sim

    Uma mulher que entra no curso de filosofia já transgrediu uma série de interditos sociais e culturais da sociedade patriarcal *Entrevista de Silvana de Souza Ramos a Nádia Junqueira Ribeiro para a ANPOF Coordenadora do GT de Filosofia e Gênero da Anpof e professora de Filosofia da USP, Silvana de Souza Ramos fala nessa entrevista sobre assédio moral e sexual nos programas de pós-graduação em Filosofia e sobre a baixa presença das mulheres na área. A professora, que também coordena o Grupo de Estudos de Filosofia Política da USP, comenta sobre o documento publicado pela Anpof e elaborado pelo GT no fim de 2018 que contém diretrizes para combater assédio e sua importância, uma vez que as estudantes que sofreram ou que afirmam sofrer algum constrangimento ou violência, na maioria das vezes, não se sentem seguras para denunciar o fato às instituições a que pertencem, especialmente em casos de assédio sexual. Ainda que o documento preveja a avaliação qualitativa das ações de prevenção e de combate ao assédio como um elemento decisivo na avaliação dos PPGs pela Capes, ela reforça a necessidade de haver engajamento de todos e todas para que a recomendação se efetive. Para ela, isso passa pela necessidade de se estabelecer uma cultura de combate ao assédio em todas as universidades do país, o que exige a desnaturalização de relações opressivas generificadas e racializadas. Silvana, que também é Editora dos Cadernos Espinosanos, discute os números explicitados pela pesquisa da professora Carolina de Araújo que expressam a baixa presença das mulheres na Filosofia. Para a professora, a pesquisa é um marco para o debate a respeito da desigualdade de gênero em nossa área. Ela comenta que a simples descoberta do baixo percentual de mulheres na área já foi em si uma vitória. Ela salienta sua preocupação com o fato de haver um crescimento vertiginoso dos PPGs em Filosofia no país que, contudo, não enfrentou o desafio de desfazer desigualdades específicas, como as de gênero. Além de outras desigualdades, como as regionais, as de raça e as de classe. Para ela, é hora de enfrentar esses desafios. Para a professora, nossa área apresenta empecilhos para a implantação de mudanças nos parâmetros de avaliação de produtividade, os quais desconsideram as desigualdades de gênero. Silvana avalia o ambiente universitário hostil à presença pensante e autônoma de mulheres. Para a professora, é necessário não apenas detectar os fatores de evasão das mulheres, mas também combatê-los por meio de práticas eficazes. Ela indica a necessidade de colher mais dados sobre a entrada e as razões para descontinuidade delas na carreira. Ela propõe, ainda, que nossa área tenha como meta a manutenção da proporção da entrada nos níveis superiores da carreira. Por fim, a professora comenta de sua experiência enquanto professora em diálogo e debate com suas estudantes. Segundo Silvana, elas afirmam se sentir mais à vontade nas disciplinas ministradas por professoras, onde há diversidade de gênero, e querem conhecer a história das mulheres na filosofia, desejam reverter o processo de silenciamento a que as escritoras e pensadoras do passado foram submetidas. No final de 2018 o GT de Filosofia e Gênero elaborou um documento com diretrizes para se combater o assédio moral e o assédio sexual nos programas de pós-graduação em Filosofia. Como se deu essa iniciativa? Essa não é a primeira vez que o GT de Filosofia e Gênero elabora um documento dirigido à comunidade de pesquisadores e pesquisadoras em Filosofia no Brasil. Em dezembro de 2017, lançamos uma carta-manifesto sobre a representação da área de Filosofia na Capes (http://anpof.org/portal/index.php/pt-BR/comunidade/forum-anpof/item/498-debate-sobre-a-coordenacao-de-area-da-capes-2017/14847-carta-do-gt-filosofia-e-genero-sobre-a-representacao-na-capes) por meio da qual procuramos expressar nossas preocupações com o destino da pesquisa em Filosofia em nosso país. Nosso objetivo era chamar a atenção da comunidade filosófica para a baixa representatividade das mulheres nos programas de pós-graduação, nos altos cargos da burocracia universitária, nas agências de fomento à pesquisa e nas diferentes comissões de avaliação. Buscávamos abrir uma ampla reflexão sobre quem faz filosofia e sobre o que significa fazer filosofia no Brasil, levando-se em conta as diversidades regionais, de classe, de raça e de gênero que permeiam o estudo da filosofia e as condições segundos as quais se faz pesquisa na área em diferentes recantos do país. Defendemos ser necessário pensar sobre decisões institucionais e sobre práticas que muitas vezes são endossadas e replicadas sem a devida reflexão crítica. Assim, naquela ocasião, convidamos a todos e a todas à leitura de um manifesto sobre a própria ideia de representação em filosofia. Diante da evidente disparidade de gênero, de raça e de classe em nossa área, onde ainda subsistem feudos patriarcais, buscamos refletir sobre aquilo que sub-repticiamente estrutura nosso trabalho e nossas avaliações – valores e critérios, que poucas vezes são discutidos publicamente –, e sobre as consequências de determinadas posturas frente ao trabalho de formação e de pesquisa para o futuro de nossa área. O manifesto foi escrito coletivamente, e assinado por mais de uma centena de pesquisadoras e pesquisadores do país, o que por si só expressa a urgência para que se promova um sério debate sobre o assunto. Nesse segundo documento, novamente dirigido à comunidade de pesquisadores e pesquisadoras da área, apresentamos diretrizes para a prevenção e o combate ao assédio moral e ao assédio sexual nos PPGs em Filosofia. Trata-se, agora, de chamar a atenção para um problema mais específico, que atinge as mulheres ao longo da carreira em Filosofia (http://www.anpof.org/portal/images/Manifesta%C3%A7%C3%A3o_de_Apoio_e_Diretrizes_vers%C3%A3o_final_2.pdf). A escolha do tema não foi aleatória, pois de certo modo respondeu a uma demanda proveniente da comunidade de pesquisadoras em Filosofia. Em outubro de 2018, o GT de Filosofia e Gênero participou da realização de dois importantes eventos no Encontro da Anpof, em Vitória: a Homenagem às Mulheres Filósofas e a Plenária das Pesquisadoras em Filosofia. Durante a organização e a realização desses dois eventos, o problema do assédio moral e do assédio sexual foi levantado muitas vezes. Professoras, alunas, e pesquisadoras em geral, relataram diversas experiências de assédio, desde reclamações por conta de piadas e comentários desagradáveis e desrespeitosos em ambiente de trabalho, passando por coerções à pesquisa e enfrentamentos diversos, chegando ao testemunho de violências e de abusos sexuais. Muitas pesquisadoras e pesquisadores da área se mostraram preocupados com a situação, uma vez que aquelas que sofreram ou que afirmam sofrer algum constrangimento ou violência, na maioria das vezes, não se sentem seguras para denunciar o fato às instituições a que pertencem, especialmente em casos de assédio sexual. Elas temem retaliações, temem o peso da insígnia de abusadas, temem a desmoralização e o descrédito por parte da comunidade acadêmica. As diretrizes pretendem fomentar um amplo esclarecimento sobre esse assunto, de modo que ele seja abordado e enfrentado com cuidado e firmeza por cada um dos PPGs em Filosofia do país. O documento foi escrito e assinado por diversas pesquisadoras, algumas do GT de Filosofia e Gênero (além da minha participação, colaboraram Carla Damião, Ilze Zirbel, Carla Rodrigues e Susana de Castro), e outras, não integrantes do GT (Tessa Lacerda e Yara Frateschi). Durante todo o processo de elaboração das diretrizes, nosso GT reconheceu que era importante dar voz ao maior número possível de pesquisadoras, de diversas partes do país, para que formássemos uma ampla rede de colaboração capaz de produzir um documento coletivo sobre esse assunto. Assim que o documento ficou pronto, em dezembro de 2018, entramos em contato com o professor Nythamar de Oliveira, atual representante da área de Filosofia na Capes, para que ele nos recebesse em Brasília. Nythamar foi extremamente solícito, acolheu o documento e aceitou nossa sugestão para que as diretrizes fossem apresentadas aos coordenadores dos PPGs em Filosofia do país que estivessem presentes na reunião de área, realizada no dia 12 de dezembro de 2018. Todos os coordenadores e coordenadoras que compareceram à reunião se mostraram sensíveis ao problema, aprovaram o documento com as diretrizes, e se comprometeram a fomentar o estabelecimento de práticas de prevenção e de combate ao assédio moral e sexual em seus respectivos programas. Em seguida, os coordenadores dos PPGs e a direção da Anpof iniciaram o processo de divulgação do documento para a comunidade filosófica em geral. A nossa expectativa é que essas diretrizes cheguem ao conhecimento do maior número possível de pesquisadores e de pesquisadoras, e que, além disso, sejam um ponto de partida para o estabelecimento de relações mais justas e igualitárias em nossa área de pesquisa. Há muito o que fazer nesse sentido e acredito que o combate ao assédio moral e ao assédio sexual seja um importante avanço a ser fomentado por todos e todas. Há possibilidade de haver algum acompanhamento para saber se essas diretrizes estão, de fato, chegando até nossas alunas e mudando a realidade de assédio em nossos programas? Essa é uma questão importantíssima. O próprio documento recomenda o desenvolvimento de atividades de divulgação das diretrizes e de esclarecimento a respeito do tema nos PPGs de Filosofia do país. Todos os PPGs se comprometeram com as diretrizes e estão dispostos, portanto, a estabelecer políticas de prevenção e de combate ao assédio em suas instituições sede. É preciso romper o silêncio sobre o assunto, trata-lo com a delicadeza e a firmeza exigidas pelo tema. Ora, isso só será possível se a divulgação e o debate forem capazes de envolver todos os pesquisadores e pesquisadoras em filosofia, não apenas as mulheres. O documento fornece balizas para a tipificação dos diversos tipos de assédio, além de solicitar que o assunto seja incluído como um dos itens de avaliação dos PPGs, a constar nos relatórios internos dos programas em Filosofia submetidos à avaliação da Capes, de modo que estes possam expor as ações realizadas e os avanços conquistados na prevenção e no combate ao problema do assédio. Em outras palavras, o documento prevê a avaliação qualitativa das ações de prevenção e de combate ao assédio como um elemento decisivo na avaliação dos PPGs pela Capes. Essa recomendação, porém, não será efetiva se não houver engajamento de todos e todas. É preciso estabelecer uma cultura de combate ao assédio em todas as universidades do país, o que exige a desnaturalização de relações opressivas generificadas e racializadas, seja no âmbito do ensino, seja no âmbito da orientação de pesquisas de mestrado e doutorado, e da coordenação dos trabalhos de pesquisa em geral. Este documento é uma das iniciativas importantes para inibir os assédios em nossos programas. Quais outras julga serem necessárias para que essa realidade seja transformada? O documento tem por finalidade fomentar o debate sobre o problema do assédio moral e do assédio sexual, reconhecendo que esse problema é também atravessado pela discriminação de gênero, de classe e de raça. Sobre esse último ponto, é necessário pôr em relevo o fato de que temos pouquíssimas professoras negras, indígenas ou transexuais em nossos PPGs. O primeiro passo foi dado no sentido de estabelecer parâmetros tanto para o reconhecimento desse tipo de violência – o assédio na universidade – quanto para o debate acerca de suas consequências no que diz respeito ao reforço de desigualdades de gênero, de classe e de raça no contexto acadêmico da pesquisa em Filosofia. Penso que cabe aos PPGs e aos cursos de Filosofia em geral a tarefa de abrir espaço para o estudo desse tema, e a responsabilidade por garantir o estabelecimento e a continuidade de ações de prevenção, de investigação e de punição em casos de assédio moral e sexual, se necessário e cabível. Cada PPG tem uma realidade, cada universidade está ancorada em estatutos próprios, de modo que o documento que lançamos não pretende oferecer um pacote pronto de soluções. Pelo contrário, cada PPG terá de encontrar soluções compatíveis com estatutos e realidades particulares. Isso não significa, contudo, que a troca de experiências e de informações entre os PPGs e entre os diversos pesquisadores e pesquisadoras do país não possa ser útil e enriquecedora. Há programas que lidam há mais tempo com a questão do assédio, há outros que estão começando a discutir o assunto. Há poucos PPGs em cujo quadro docente encontramos um número significativo de professoras, pois a desigualdade numérica é uma realidade na maior parte dos casos. Essa situação impõe um constrangimento adicional às possíveis vítimas de assédio, pois elas não podem contar com o apoio de um número significativo de mulheres, as quais poderiam fornecer o acolhimento inicial necessário para a sua proteção e orientação. Uma das soluções encontradas para esse problema é o estabelecimento de redes transversais de apoio, por meio das quais estudantes e pesquisadoras trocam experiências e solicitam ajuda, quando necessário. Na Universidade de São Paulo, há, por exemplo, a Rede Não Cala (https://redenaocala.tumblr.com/), entidade composta por professoras e pesquisadoras de diversas áreas que lutam contra a violência sexual e de gênero na instituição, e dão apoio às vítimas que denunciam casos de assédio e abuso. Penso que iniciativas desse tipo no âmbito da pesquisa em Filosofia no país possam trazer bons frutos no que diz respeito ao combate ao assédio. De qualquer modo, precisamos combater a cultura de culpar as vítimas pelo assédio moral e assédio sexual. Elas devem ser respeitadas, e suas denúncias devem ser acolhidas e seriamente investigadas pelas instituições. Uma investigação precisa, aliada à contabilidade e ao estudo dos casos por parte de pesquisadores do assunto, trará esclarecimento sobre o tema e fornecerá às instituições a clareza a respeito da real dimensão do problema. A partir daí, poderemos estabelecer políticas mais eficazes de combate à violência de gênero, de raça e de classe em nossas instituições de ensino e pesquisa. Sabemos que se trata de um assunto delicado e difícil, mas não podemos simplesmente fingir que ele não existe. Em 2016 Carolina Araújo, professora da UFRJ, publicou uma pesquisa que mostra que nossa presença na universidade decresce ao longo da carreira. Somos 38% entre os graduados em Filosofia, 28% nos cursos de pós-graduação e 20% entre o corpo docente do curso de Filosofia. Você acredita que o assédio moral e sexual tenha relação com essa baixa presença das mulheres na Filosofia? Em primeiro lugar, gostaria de salientar a importância dessa iniciativa da professora Carolina Araújo. A pesquisa quantitativa feita por ela e divulgada pela primeira vez em 2016, quando da criação do GT de Filosofia e Gênero da Anpof, é um marco para o debate a respeito da desigualdade de gênero em nossa área. Ela conseguiu dar visibilidade e assim tornar palpável o problema que precisamos enfrentar enquanto comunidade de pesquisadores e pesquisadoras dedicados à mesma área de estudo. Da baixa presença das mulheres nos PPGs em Filosofia – apenas 21%, conforme último relatório Quadrienal da Capes (https://capes.gov.br/images/documentos/Relatorios_quadrienal_2017/20122017-Filosofia_relatorio-de-avaliacao-2017_final.pdf), no qual pela primeira vez, depois da pesquisa de Araújo, foram contabilizados quantos homens e mulheres estão atuando em pesquisa atualmente – ao imenso número de alunas da Graduação que não conseguem dar sequência à carreira e, assim, chegar ao Doutorado e à docência universitária, percebemos que a Filosofia tem sido uma área resistente a mudanças estruturais, que reverteriam esse quadro de desigualdade, mas também a uma mudança de postura nas relações no interior de uma academia que guarda ainda muitos traços autoritários. Por um lado, há empecilhos para a implantação de mudanças nos parâmetros de avaliação de produtividade, os quais desconsideram as desigualdades de gênero; por outro lado, as relações estabelecidas no interior da academia fortalecem posturas patriarcais, as quais sujeitam as mulheres a situações de assédio moral e sexual, pois o ambiente universitário é hostil à presença pensante e autônoma delas. Segundo o parecer de várias pesquisadoras, a simples descoberta do baixo percentual de mulheres na área já foi em si uma vitória, pois até o lançamento de uma campanha #QuantasFilósofas no encontro da Anpof de 2016, não havia sequer a informação de como somos poucas. Os números mostraram que há uma desigualdade na entrada, algo revelador do machismo estrutural vigente em nossa sociedade. O lugar do pensamento abstrato não é socialmente destinado às mulheres – basta olhar para a coleção Os Pensadores, da Editora Abril, cuja primeira publicação se deu entre 1973 e 1975, tornando-se, por sua vez, um marco da popularização da filosofia em nosso país, para perceber que o cânone filosófico é primordialmente masculino, branco, heterossexual, grego-ocidental. Estamos emblemática e absurdamente sub-representadas nessa coleção, e esse déficit não foi revertido desde os anos 1970. Pelo contrário, o estudo de Araújo e a computação dos dados pelo Relatório da Capes mostram que a tendência predominante é ainda a da evasão das mulheres da área. Em um texto dedicado a Marilena Chaui, sem dúvida uma das maiores mestras em Filosofia que esse país já conheceu, Maria Isabel Limongi expressou com perfeição o sentimento proveniente da análise desses números: Os dados são eloquentes: entre docentes e discentes da comunidade de pós-graduação em filosofia no Brasil apenas 27% são mulheres, sendo que a proporção de mulheres diminui em 48%, conforme se avança na carreira. Tão eloquentes que apenas confirmam e sistematizam o que já era bem sensível a qualquer um, e, em especial, a toda mulher que, como eu, se embrenhou na área, graduando-se, pós-graduando-se e atuando como professora universitária e pesquisadora em Filosofia. Todas nós sentimos na pele o peso desses dados.(http://anpof.org/portal/index.php/en/comunidade/coluna-anpof/981-a-filosofia-e-a-desigualdade-de-genero). A ausência de mulheres em nosso cotidiano, a pressão a que somos submetidas pela necessidade de mostrar que somos capazes, a vulnerabilidade ao assédio moral e sexual nos afastam da Filosofia. É interessante notar que todos os documentos de Área da Capes atestam o crescimento vertiginoso dos PPGs em Filosofia no país. Esse crescimento, contudo, não enfrentou o desafio de desfazer desigualdades específicas, como as de gênero. Há ainda outras desigualdades, como as regionais, as de raça e as de classe... É chegada a hora de enfrentar esse desafio. Por isso, o cuidado com nossas estudantes deve começar desde a recepção dos calouros e calouras. Deve prosseguir nos grupos de pesquisa, nas seletivas dos PPGs e na distribuição de bolsas, tanto por parte dos cursos de Filosofia quanto por parte das agências de fomento à pesquisa. Há estudos que indicam que as mulheres em geral demoram mais tempo (por volta de cinco anos a mais de trabalho) para conseguir uma Bolsa Produtividade do CNPq, por exemplo. Então, eu diria que é difícil quantificar o impacto negativo do assédio moral e do assédio sexual sobre o desenvolvimento da carreira de uma pesquisadora em Filosofia, pois são pouquíssimos os incentivos para que elas avancem e alcancem postos mais altos. Seria necessário fazer um estudo mais detalhado para obter uma resposta. Porém, eu arrisco afirmar que o impacto é imenso. Estar numa sala de aula em que em muitos casos há 70%, 80% de homens é por si só um elemento de constrangimento. Não é raro sermos a única mulher na sala de aula, a única pesquisadora do grupo, a única estudiosa a falar em determinado congresso. Lidamos cotidianamente com a solidão. Essa situação nos torna vulneráveis a piadas e insinuações de todo tipo. Trata-se de algo que faz parte de nosso dia a dia na academia, sofremos constantemente pequenas violências que acabam por ser naturalizadas, algo com que os homens não precisam lidar com tanta frequência. Ainda que não tenhamos dados precisos sobre a área de Filosofia, vários estudos mostram que, em geral, situações de assédio sexual, por exemplo, podem comprometer drasticamente a vida de uma pessoa, especialmente a vida profissional, ainda mais quando ela precisa continuar a conviver com o agressor. Se nossas estudantes e pesquisadoras estão vulneráveis à violência de gênero, ao assédio moral e ao assédio sexual, precisamos combater esses fatores, pois eles certamente prejudicam o desenvolvimento da carreira das mulheres na área de Filosofia. Há ainda situações como a maternidade, evento que acarreta um intervalo na produção acadêmica das mulheres, uma lacuna perfeitamente justificável no Lattes, mas que só agora começa a ser reconhecido enquanto tal. Ora, muitas mulheres sofrem assédio moral por colocar “em risco” a avaliação de seus PPGs no período em que estão dedicadas ao trabalho da maternidade. É preciso discutir esses problemas com serenidade para que possamos inclusive rever os critérios de avaliação segundo os quais quantificamos e qualificamos nosso trabalho de pesquisa, para que não sejam negligenciadas as desigualdades de gênero e suas implicações para a vida acadêmica. Ainda não temos uma pesquisa qualitativa que possa nos indicar as razões que expliquem esses números. O que mais pode justificar, em sua opinião, essa baixa presença? Além do que já foi dito na resposta à pergunta anterior, eu acrescentaria a ausênciade um volume expressivo de políticas afirmativas que deem suporte à presença das mulheres na área. Penso ser necessário não apenas detectar os fatores de evasão das mulheres, mas também combatê-los por meio de práticas eficazes. Precisamos colher mais dados sobre a entrada e as razões para descontinuidade delas na carreira. Penso que deveríamos ter como meta para a área pelo menos a manutenção da proporção da entrada nos níveis superiores da carreira. Essa pesquisa mostra que o corredor fica mais estreito para as mulheres em nossa carreira. Quais outras iniciativas devem ser necessárias para que as estudantes de Filosofia permaneçam na universidade e seja possível atingir paridade na docência? Para responder a essa pergunta, eu gostaria de fazer um pequeno depoimento. Não tenho dúvida de que me tornei mais consciente desse problema ao entrar em contato com as estudantes. A minha primeira fala pública como professora do Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo foi sobre as mulheres e a filosofia, e isso se deu em decorrência de um convite do Centro Acadêmico de Filosofia da USP. Desde então, tenho sido constantemente convidada a falar sobre o assunto, especialmente depois que me tornei Coordenadora do GT de Filosofia e Gênero da Anpof. A experiência da desigualdade de gênero mudou muito em nossa sociedade e isso se reflete na forma pela qual as mulheres encaram a vida acadêmica. Nossas alunas de hoje buscam se espelhar em suas professoras, querem conhecer suas trajetórias. É comum vê-las frequentar as disciplinas ministradas por mulheres, ou os grupos de estudos liderados por professoras. Elas afirmam se sentir mais à vontade nesses ambientes, onde há diversidade de gênero, e querem conhecer a história das mulheres na filosofia, desejam reverter o processo de silenciamento a que as escritoras e pensadoras do passado foram submetidas. Como professora e pesquisadora, penso que tanto a minha geração quanto as gerações anteriores têm uma enorme responsabilidade para com as gerações que estão chegando. Penso que temos uma enorme responsabilidade em relação à forma pela qual esse desejo será canalizado, pois ele é profundamente transformador da nossa visão sobre quem e sobre o que significa fazer filosofia no Brasil. É comovente e, ao mesmo tempo, estimulante do ponto de vista intelectual perceber o quanto é importante para essas novas alunas que a bibliografia do curso traga mulheres, e é impressionante perceber o quanto isso foi negligenciado ao longo dos anos. Não é raro encontrar livros, dissertações de mestrado, teses de doutorado, ementas de disciplinas e programas de curso onde apenas pouquíssimas mulheres, ou mesmo nenhuma, são citadas. Prestem atenção aos cartazes de eventos: ainda hoje, acontecem colóquios e congressos para os quais nenhuma pesquisadora é convidada a falar. Isso é inaceitável nos dias atuais, pois, na maioria absoluta dos casos, há excelentes pesquisadoras em todas as subáreas da Filosofia. Não há nada que justifique a ausência delas nos eventos, nas publicações, na bibliografia de cursos e nas disciplinas. É com certeza desanimador para uma estudante de Filosofia perceber que seu trabalho dificilmente se tornará bibliografia de referência, que a batalha será árdua, e o caminho longo. Acredito que o déficit de representação das mulheres na área seja um elemento de desestímulo. É um peso que carregamos desde o primeiro seminário que apresentamos no curso: percebemos que nossa presença é incômoda, que por alguma razão deveríamos estar no lugar de escuta, nunca no de fala. Uma mulher que entra no curso de filosofia já transgrediu uma série de interditos sociais e culturais da sociedade patriarcal: ela recusou ocupar apenas a posição de objeto, de estímulo, de apoio, de suporte, e de plateia para outrem. Essa recusa inicial deve encontrar suporte na academia, e não ser cerceada por atitudes de assédio. Eu penso que a permanência das mulheres na carreira de Filosofia depende de nosso empenho enquanto pesquisadores e pesquisadoras, de nosso trabalho diário em encorajá-las para que elas se formem e assumam postos importantes em nossa área de pesquisa. Entrevista publicada em http://anpof.org/portal/index.php/en/2014-01-07-15-22-21/entrevistas/2011-entrevista-com-silvana-ramos-uma-mulher-que-entra-no-curso-de-filosofia-ja-transgrediu-uma-serie-de-interditos-sociais-e-culturais-da-sociedade-patriarcal #redebrasileirademulheresfilosofas #filosofasbrasil #assedio

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